Este artigo é sobre a história, as versões e os tipos de CD e DVD. É o início da série de artigos sobre estas mídias de armazenamento.
Neste primeiro artigo, será detalhado um pouco da história do CD e do DVD, as versões, os tipos de discos e capacidades.
As pesquisas envolvendo a luz como meio de manusear informações são muito antigas, anteriores à década de 1920, inclusive Einstein desenvolveu teorias envolvendo a luz e que seriam utilizadas no futuro para o estudo do LASER, que atualmente é algo comum na tecnologia e, consequentemente, nas nossas vidas.
De qualquer forma, vamos começar lá do início, com uma mídia óptica pouco conhecida aqui na America do Sul...
Em 1969 a holandesa Philips desenvolveu um disco óptico de substrato refletivo, o qual tinha grandes vantagens sobre o substrato transparente, que já havia sido patenteado nos anos 1960. A patente da invenção de David Paul Gregg, datada de 1969, pode ser acessada abaixo:
Tal sistema, a grosso modo, está mais para uma espécie de encoder: O disco é um plástico transparente e as gravações são formadas por sulcos com revestimento opaco que seguem uma linha espiral do centro para fora.
Para entender melhor o motivo de eu ter comparado o disco transparente com um encoder, CLIQUE AQUI!
A MCA (Music Corporation of America), em 1972, começou a "bolar" o que seria o LaserDisc. Ela decidiu unir as forças com a Philips no final de 1974 para quatro anos depois apresentar o primeiro produto palpável. A tecnologia era referida internamente como "Optical Videodisc System", "Reflective Optical Videodisc", "Laser Optical Videodisc" e "Disc-Vision" (com um hífen).
Em 1978, dois anos após a introdução do VHS VCR e quatro anos antes da introdução do CD foi apresentado nos EUA o que ficou conhecido popularmente como LaserDisc (também referido pela abreviação "LD"), vendido e comercializado como MCA DiscoVision (também conhecido simplesmente como “DiscoVision”), um formato inicialmente 100% analógico que posteriormente poderia ser encontrado parcialmente digital (o áudio poderia ser digital ou analógico).
A parceria das empresas tinha a Philips como fabricante dos reprodutores e a MCA como produtora e distribuidora dos discos, no entanto, não durou muito. Vários cientistas ligados ao projeto 'pularam fora', além de problemas de diálogo entre as duas empresas.
Veja alguns detalhes técnicos e problemas enfrentados com o primeiro reprodutor de LaserDisc da Philips no Capítulo 4 desta série.
Pouco depois, em 1980, a Pioneer Electronics 'pegou seu lugar' no formato e o comercializou como LaserVision e LaserDisc, com alguns lançamentos referindo-se não oficialmente à mídia como Laser VideoDisc.
CURIOSIDADE: Um dos aparelhos mais memoráveis que a Pioneer lançou foi o LaserActive, um videogame e player de LaserDisc e CDs que veio ao mercado em 1993 através de sua parceria com a Sega e a NEC.
Imagem 1 - O Pionner LaserActive
OBSERVAÇÃO: Não confunda o LaserDisc com o RCA VideoDisc, um formato de mídia que possui semelhanças com o vinil e é também conhecido como CED (Capacitance Electronic Disc) ou RCA SelectaVision. Para saber mais sobre os discos CED, CLIQUE AQUI!
Apesar da qualidade de vídeo, o LaserDisc não fez tanto sucesso nos EUA, dividindo espaço com as fitas. Uma das grandes desvantagens do LD é que não haviam discos graváveis e nem gravadores no varejo (você verá mais detalhes sobre isso adiante), apenas a indústria de entretenimento é que prensava discos e distribuía e as fabricantes de eletrônicos projetavam reprodutores de mídia óptica, e isso fez com que muitos consumidores optassem pelas fitas, que podiam ser compradas 'virgens' para gravar programas de TV em casa!
Em compensação, do outro lado do globo, os asiáticos adoraram o formato óptico analógico, tornando-se muito popular no Japão e nas regiões mais ricas do Sudeste Asiático, como Hong Kong, Cingapura e Malásia. Foi a mídia de aluguel predominante em Hong Kong durante a década de 1990. Lançado no Japão em Outubro de 1981, se obteve um total de aproximadamente 3,6 milhões de players vendidos antes de sua descontinuação em 2009.
Após a "decolagem" do formato, vieram várias melhorias, como por exemplo um disco desenvolvido pela Sony e lançado em 1984 feito para armazenar qualquer tipo de arquivo em formato digital (que seria ideial para jogos, já que atingia uma capacidade de cerca de 3,28 GB), além da introdução do áudio digital junto do vídeo analógico por parte da Pionner em 1985.
As tecnologias e conceitos por trás do LaserDisc foram a base para os formatos de discos ópticos posteriores, incluindo Compact Disc (CD), DVD e Blu-ray (BD), isto pois, sua estrutura era muito semelhante ao que veio depois.
CURIOSIDADE: No final da década de 1990 estimativas indicavam que o Laserdisc estava presente em 2% dos lares norte-americanos e em 10% das residências japonesas. Na Europa e principalmente no Brasil, que nunca teve distribuidores oficiais, o LD sempre foi resumido a nichos e entusiastas da alta tecnologia.
O Compact Disc
O Compact Disc, popularmente chamado de CD, foi algo revolucionário no mundo da tecnologia, pois marca o início da era do armazenamento de grandes quantidades de informações de forma digital. No ano de 1967, mesma época da criação do disquete, se registram os primeiros estudos e testes de gravação e leitura de dados digitalizados realizados pela NHK Technical Research Institute. A técnica de gravação criada a partir destes testes e estudos ficou conhecida como PCM (Pulse Code Modulation).
Nos anos 1970, mais especificamente em meados de 1972, uma empresa chamada Denon, divisão da Nipon Columbia, fez a primeira gravação de informações de forma digital, surgindo assim o primeiro disco "pseudo-digital". Após este acontecimento, a Sony, a Mitsubishi e a Hitachi desenvolveram um DAD (Digital Áudio Disc), que foi apresentado publicamente em 1977. Era um disco do tamanho de LPs comuns e com capacidade muito pequena (em torno de meia hora de música contínua).
O cabeçote de leitura para mídias ópticas que conhecemos hoje surgiu nos laboratórios da Philips em Eindhoven, na Holanda. Foram nestes laboratórios que as técnicas de gravação e leitura via sistema óptico foram aperfeiçoadas. Após a parceria entre Philips e MCA acabar em nada, a Sony, ao ver um projeto de futuro, fez parceria com a gigante dos países baixos e juntos desenvolveram o CD Player que conhecemos e utilizamos muito. A Philips desenvolveu todo o Hardware enquanto a Sony desenvolveu toda a programação do CD Player. O CD virou uma tecnologia aberta, onde qualquer empresa poderia produzir CD Players, discos e até mesmo aperfeiçoar a tecnologia.
A primeira aparição do CD foi em 1982, quando as duas empresas o apresentaram para o mundo no All Japan Áudio Fair, uma feira de inovações na área da tecnologia. Logo após, o CD se tornou a revelação do ano. Nesta mesma feira foram lançadas 30 modelos de CD Player e 145 títulos de discos produzidos pela Sony/CBS e por outras gravadoras da Europa lideradas pela Polygram.
Em Março de 1983 o CD chega à Europa e faz sucesso principalmente em Paris, capital da França. Em Junho de 1983 a novidade tecnológica desembarca na feira Consumer Electronics Show, realizada em Chicago, nos EUA. No Brasil, a Philips lançou o CD Player em Outubro de 1984, conhecido como CD-204, que chegou nas lojas em Novembro, antes mesmo da Gradiente, que lançou seu leitor em meados de Dezembro daquele ano.
Por ser uma tecnologia nova e em fase de popularização, os primeiros CD Players tinham preços que iam de U$$ 900 à U$$ 7,500. O início das vendas em nível mundial começou no final do ano 1983. Já em 1984 a Sony anunciou o Discman, sucessor do Walkman, algo que poucos gostaram. Em cinco anos, 30 milhões de leitores de CD e aproximadamente 450 milhões de discos foram vendidos.
Apesar da evolução na tecnologia que o CD representa, sua durabilidade é bem inferior à de um aparelho analógico. Os discos ópticos, se forem bem cuidados, duram décadas, enquanto que os leitores podem durar algumas mil horas. No início, um drive de CD era feito para durar cerca de 10.000 horas, só que com o mau uso e a qualidade de produção cada vez menor, a durabilidade caiu para cerca de 4.000 horas. No caso do CD-R, por exemplo, o desgaste e a troca ocorriam mais rapidamente, já que ele possui um modo de gravação diferenciado onde é aplicado uma corrente maior sobre o LASER. Por ser um sistema que possui partes mecânicas, o CD Player sofre com a poeira e com a umidade, que causam oxidações no sistema, fora que há a necessidade dos ajustes mecânicos para manter tudo alinhado e funcionando.
Em meados do ano 2000, uma unidade óptica das mais "comunzonas" custava em torno de U$$ 42, enquanto as unidades de CD-ROM custavam em torno de U$$ 58 e as unidades de DVD superavam os U$$ 200.
Por ser uma tecnologia aberta à todos, o CD teve que ser padronizado. O primeiro padrão para o CD-DA (Digital Áudio) se chamava Red Book. Com o passar dos anos, outros padrões foram lançados para acompanhar a evolução desta tecnologia. Os principais padrões são listados abaixo:
-> CD-DA (1982): Red Book;
-> CD-ROM (1985): Yellow Book;
-> CD-I (1987): Green Book;
-> CD-ROM MO/WO (1990): Orange Book;
-> DVD (1994): White Book
CURIOSIDADE: Todas as anotações durante a criação desta tecnologia foram feitas em livros com capa vermelha, por isto foi utilizado o nome "Red Book" para o primeiro padrão do CD, e posteriormente foram utilizados livros com capas de outras cores.
O Digital Vídeo Disc
O DVD, evolução do CD, surge em 1994. Nesta época haviam duas tecnologias que estavam disputando entre si:
-> A MultiMedia Compact Disc (MMCD), que também foi desenvolvido pela Sony e pela Philips;
-> A Super Density Disc (SD), desenvolvido pela Toshiba, Warner Home Entertainment, Matsushita Electric (Panasonic), Hitachi, Mitsubishi, Pioneer, Thomson e JVC.
As duas tecnologias eram distintas e o grupo de empresas vencedor iria ter grandes lucros, pois o mundo do cinema esperava ansioso por algo que pudesse substituir a velha fita VHS e o próprio LaserDisc. Muitas empresas também estavam preocupadas com as diferenças no projeto, pois ninguém queria que acontecesse problemas de incompatibilidade igual ocorreu com as fitas VHS e Betamax nos anos 1980.
Após um tempo de muita disputa, a Sony e a Philips aceitaram o projeto do Super Density Disc, mas queriam impor algumas modificações. Entre estas modificações estão:
-> A inclusão da tecnologia "Push Pull", que permite a passagem de uma cena para outra rapidamente, tecnologia semelhante à utilizada na troca de faixas de um CD;
-> A inclusão do sistema de codificação de dados EFMPlus, criado por Kees A. Schouhamer Immink e aperfeiçoado pela Philips. O sistema era 6% menos eficiente que o SD, criado pela Toshiba, e isto fez com que o disco tivesse apenas 4,7 GB de capacidade e não os 5 GB previstos no projeto original.
O projeto Super Density Disc foi batizado de DVD, sigla para "Digital Vídeo Disc" ou "Digital Versatile Disc", que em português significa "Disco Digital de Vídeo" ou "Disco Digital Versátil". Após o projeto ter sido concluído, o DVD foi lançado em 1995. O "Consórcio DVD" se tornou o "Fórum DVD", uma instituição aberta para todas as companhias que queiram produzir e melhorar a tecnologia DVD.
No Japão, em Novembro de 1996, o DVD começou a ser disponibilizado. Na Europa ele chegou em 1998 e na Austrália, em 1999.
Em 1996 surgiu o filme Twister, o primeiro a ser gravado em DVD, que também foi um teste para o Surround Sound 2.1. Em 1998, o filme “Era Uma Vez na America”, da FlashStar foi lançado no Brasil, mas em razão da forte desvalorização do real em relação ao dólar e a demora sobre a região a ser adotada no Brasil, o DVD começou a ficar popular por aqui a partir do ano 2002. Em 1999, no Brasil, um DVD custava em torno de U$$ 300, e já em 2003 se tornou 80% do mercado de vídeos.
Vamos começar pelos tamanhos de disco...
11,8 polegadas
O tamanho mais comum de LaserDisc era de 30 cm (11,8 pol.), aproximadamente o tamanho de discos de vinil LP de 12 pol. (30,5 cm). A grande maioria da programação para o formato LaserDisc foi produzida nesses discos.
7,9 polegadas
Imagem 2 - Um LaserDisc NTSC de 7,9' para karaokê japonês
Vários LaserDiscs de 20 cm (7,9 pol) também foram publicados. Esses LDs menores de tamanho "EP" (Extended Play, isto é, maiores que um single e menores que um álbum) permitiram 20 minutos por lado (CLV). Eles são muito mais raros do que os LDs de tamanho normal, especialmente na América do Norte, e aproximam-se do tamanho de singles de vinil de 45 RPM (17,8 cm). Esses discos eram frequentemente usados para compilações de videoclipes, bem como máquinas de karaokê japonesas.
4,7 polegadas
Também foram produzidos discos de 12 cm (4,7 pol.), exatamente o tamanho do CD, mas que podiam ser reproduzidos apenas em players LaserDisc. Eles eram chamados de CD de vídeo (CD-V) e discos de vídeo único (VSD).
O CD-V era um formato híbrido lançado no final dos anos 1980 e carregava até cinco minutos de conteúdo de vídeo analógico com trilha sonora digital (geralmente um videoclipe), além de até 20 minutos de faixas de áudio digital.
Apesar do nome semelhante, o CD-V é totalmente incompatível com o formato de CD de vídeo (VCD) posterior e só pode ser reproduzido em players LaserDisc com capacidade de CD-V ou em um dos players dedicados aos discos menores.
Os CD-Vs foram momentâneamente populares, mas logo desapareceram de vista.
Na Europa, a Philips também usou o nome "CD Video" como parte de uma tentativa de curta duração no final dos anos 1980 para relançar e renomear todo o sistema LaserDisc. Alguns discos de 20 e 30 cm também foram marcados como "CD Video", mas ao contrário dos discos de 12 cm, estes eram essencialmente apenas LaserDiscs padrão com trilhas sonoras digitais.
O formato VSD foi anunciado em 1990 e era essencialmente o mesmo que o CD-V de 12 cm, mas sem as faixas de 'CD de áudio' e destinado a ser vendido a um preço mais baixo. Os VSDs eram populares apenas no Japão e em outras partes da Ásia e nunca foram totalmente introduzidos no resto do mundo.
Agora, algumas versões mais comuns do LaserDisc mundo a fora...
LaserDisc
Imagem 3 - O disco LD mais comum (30 cm) comparado com um CD (12 cm)
Todas as descrições que fizemos até aqui e que serão feitas nos próximos capítulos se referem ao LaserDisc comum, isto é, o disco de 11,8' com uma ou duas faces graváveis de forma analógica ou híbrida (com áudio digital), bem como discos de uso geral (como é o caso de LaserDiscs com jogos ou softwares) e gravados inteiramente digitais.
LaserDiscs com rótulo
Os discos rotulados têm uma gravação artística em um lado do disco para torná-lo visualmente mais atraente do que a superfície prateada brilhante padrão (grande diferença!). Essa gravura pode se parecer com um personagem de filme, logotipo ou outro material promocional. Tais mídias, obviamente, só tinham material de vídeo de um lado. De resto são idênticos aos LDs comuns.
LaserDisc no Karaokê
A Pioneer Electronics também estava profundamente envolvida no negócio de karaokê no Japão e usava LaserDiscs como meio de armazenamento para música e conteúdo adicional, como gráficos. Esse formato era geralmente chamado de LD-G e foi aplicado em discos de 7,9 polegadas. Embora várias outras gravadoras de karaokê fabricassem LaserDiscs, não havia nada como a amplitude da concorrência que existiu depois, já que quase todos os fabricantes fizeram a transição para discos CD+G.
MUSE LD
Em 1991, vários fabricantes anunciaram especificações para o que se tornaria conhecido como MUSE LaserDisc, representando um período de quase quinze anos até que os feitos desse sistema de disco óptico analógico HD fossem finalmente duplicados digitalmente por HD-DVD e Blu-ray Disc.
Codificados usando o sistema HDTV analógico MUSE da NHK (Japan Broadcasting Corporation), tais discos funcionariam como LaserDiscs padrão, mas conteriam 1.125 linhas de alta definição (1.035 linhas visíveis) de vídeo com uma proporção de 5:3.
CURIOSIDADE: MUSE, sigla para Multiple sub-Nyquist sampling encoding (Codificação de amostragem múltipla sub-Nyquist), comercialmente conhecido como Hi-Vision (uma contração de HIgh-definition teleVISION) foi um sistema HDTV analógico japonês, com esforços de design que remontam a 1979.
Ele fornecia sinais de 1125 linhas e 60 campos por segundo ("1125i 60Hz"). O sistema foi padronizado conforme recomendação ITU -R BO.786 e especificado pelo SMPTE 260M, usando uma matriz de colorimetria especificada pelo SMPTE 240M. Como em outros sistemas analógicos, nem todas as linhas carregam informações visíveis. No MUSE existem 1035 linhas entrelaçadas ativas, portanto este sistema às vezes também é mencionado como "1035i".
Os reprodutores MUSE também eram capazes de reproduzir discos no formato NTSC padrão e são superiores em desempenho aos reprodutores não MUSE, mesmo com esses discos anteriores. Os players compatíveis com MUSE tinham várias vantagens notáveis sobre os aparelhos de padrão, incluindo um LASER vermelho com um comprimento de onda muito mais estreito, capaz de ler através de defeitos de disco, como arranhões e até mesmo uma leve deterioração do disco, que faria com que a maioria dos outros players interrompessem a reprodução ou pulassem.
Crosstalk não era um problema com discos MUSE, e o comprimento de onda estreito do LASER permitia a eliminação virtual de crosstalk com discos normais.
Para usar discos codificados com MUSE, era necessário ter um decodificador apropriado, além de um reprodutor compatível. Existem televisões com decodificação MUSE integrada e sintonizadores com decodificadores que podem fornecer o sinal adequado. Os preços dos equipamentos eram altos, especialmente para as primeiras HDTVs, que geralmente estavam na faixa dos US$ 10.000, tornando o mercado para esta mídia pequeno até dentro do Japão. Players e discos nunca foram vendidos oficialmente na América do Norte, embora vários distribuidores importassem discos MUSE LD junto com outros títulos em formato LD comum.
Também foram feitos reprodutores LaserDisc e discos que funcionavam com o padrão europeu HD-MAC (HDTV concorrente).
LaserDisc com vídeo 16:9
Com o lançamento das televisões 16:9 no início dos anos 1990, a Pioneer e a Toshiba decidiram que era hora de aproveitar essa proporção. Os Squeeze LDs eram LaserDiscs widescreen de proporção 16:9 aprimorados.
Durante o estágio de transferência de vídeo, o filme foi armazenado em um formato anamórfico "espremido". A imagem do filme widescreen foi esticada para preencher todo o quadro de vídeo com menos ou nenhuma resolução desperdiçada, criando-se barras letterbox.
Esse mesmo procedimento foi usado para DVDs anamórficos, mas, ao contrário de todos os DVD players, poucos players de LD tinham a capacidade de descomprimir a imagem para 4:3. Se os discos forem reproduzidos em uma televisão padrão 4:3, a imagem ficará distorcida. Alguns conjuntos 4:3 (como a série Sony WEGA) podem ser configurados para descomprimir a imagem. Como muito poucas pessoas fora do Japão possuíam monitores 16:9, a comercialização desses discos especiais era muito limitada.
Não havia títulos de LaserDisc anamórficos disponíveis nos Estados Unidos, exceto para fins promocionais. Ao comprar uma televisão Toshiba 16:9, os telespectadores tinham a opção de selecionar vários filmes 16:9 da Warner Bros. Os títulos incluem Unforgiven, Grumpy Old Men, The Fugitive e Free Willy. A linha de títulos japonesa era diferente. Uma série de lançamentos sob o banner "Squeeze LD" da Pioneer, principalmente títulos da Carolco, incluiu Basic Instinct, Stargate, Terminator 2: Judgment Day, Showgirls, Cutthroat Island e Cliffhanger. Exterminador do Futuro 2 foi lançado duas vezes no Squeeze LD, o segundo lançamento sendo certificado pela THX e uma melhoria notável em relação ao primeiro.
CRV Disc
O CRV Disc, ou "Component Recordable Video Disc" esteve disponível por um curto período de tempo, principalmente para profissionais.
Imagem 4 - Um caddy CRV comparado com uma fita VHS
Desenvolvidos pela Sony, os CRV se assemelham aos primeiros caddies de CD-ROM de PC com um disco interno semelhante a um LD de tamanho normal. Se tratavam de mídias vazias, de gravação única (ambos os lados) e várias leituras.
RLV Disc
Outra forma de LaserDisc gravável que é totalmente compatível com o LaserDisc original (diferente do CRV Disc com seu caddy) é o RLV, sigla para "Recordable Laser Videodisc". Foi desenvolvido e comercializado pela primeira vez pela Optical Disc Corporation (ODC, agora ODC Nimbus) em 1984. Os discos RLV, assim como o CRV Disc, também são uma tecnologia WORM (Write once read many, em português "Escreva uma vez, leia muitas") e funcionam exatamente como um disco CD-R. Os discos RLV se parecem com os LaserDiscs padrão e podem ser reproduzidos em qualquer player depois de terem sido gravados.
A única diferença cosmética entre um disco RLV e um LaserDisc normal de fábrica é sua cor vermelha reflexiva (aparecendo nas fotos como roxo-violeta ou azul) resultante do corante orgânico (ODT) incorporado na camada reflexiva do disco para torná-lo gravável, em oposição à aparência de espelho prateado dos LDs comuns.
Imagem 5 - Um DVD-R comparado ao RLV Disc
Existe outra forma de RLV de 'lado único', com uma face prateada coberta por pequenas protuberâncias.
CURIOSIDADE: A Pioneer também produziu um sistema LaserDisc regravável, o VDR-V1000 "LaserRecorder" para o qual os discos tinham um potencial de gravação/apagamento de 1.000.000 de ciclos.
Imagem 6 - Como era o Pioneer LaserRecorder
Esses sistemas LD graváveis nunca foram comercializados para o público em geral e são tão desconhecidos que criam o equívoco de que a gravação caseira para LaserDiscs era impossível e, portanto, uma "fraqueza" percebida do formato LaserDisc.
Por padrão todos tem diâmetro de 12 cm. Existe também CDs com 8 cm de diâmetro, conhecidos como "mini-CD" e possuindo cerca de 180 MB de espaço, utilizado principalmente para armazenar drivers (softwares) de placas de expansão feitas para PC.
Imagem 7 - O CD (12 cm) e o Mini-CD (8 cm)
O CD sempre teve uma capacidade de armazenamento de 650 à 700 MB, nunca além deste valor. Para a época em que ele foi lançado era algo grandioso, mas com o passar dos anos essa capacidade de armazenamento se tornou pouco.
CD-DA
Este foi o primeiro tipo de CD lançado no mercado. Era feito para armazenar músicas. Se aconselhava não utilizar os cerca de 700 MB de espaço para não correr o risco de se ter falhas na leitura.
Este disco possui uma camada de Alumínio onde o laser atua gravando os dados.
CD-DA Text
Sua única diferença em relação ao CD-DA é a possibilidade de adicionar informações sobre as faixas de áudio gravadas nos disco.
CD-ROM
Sigla para "Compact Disc - Read Only Memory", que em português significa "Disco Compacto - Memória Somente de Leitura", criado em 1985 pela Sony e pela Philips.
Ele é baseado na mesma ideia das memórias ROM: É possível gravar dados apenas uma vez num disco CD-ROM. Após a gravação você pode apenas ler os arquivos, sendo que nunca mais vai poder apaga-los. As ranhuras feitas pelo laser na superfície do disco são irreparáveis, o tornando não regravável.
Diferente do CD-DA, o CD-ROM pode ser utilizado para guardar qualquer tipo de informação, que vão de músicas à textos.
CD-R
Surgiu também o CD-R, sigla para "Compact Disc - Recordable", que em português significa "Disco Compacto - Recordavel". O CD-R incorpora uma tecnologia chamada de Organic Dye Technology, isto é, uma camada de corante orgânico onde os dados são gravados.
Assim como o CD-ROM, não há a possibilidade de regravação dos dados.
Qualquer tipo de informação pode ser gravada neste disco. Inicialmente surgiram versões de 250 MB e, posteriormente, de 650 MB.
CD-RW
CD-RW é a sigla para "Compact Disc - Recordable ReWritable", que em português significa "Disco Compacto - Regravável". É uma evolução do CD-R que permite a regravação dos dados várias vezes. Isso é possível pois a camada de corante foi substituída pelo composto químico AgInSbTe, uma liga de Prata, Índio, Antimônio e Telúrio, que muda de forma quando submetida à uma determinada quantidade de calor. O laser do leitor de CD aquece à uma temperatura em torno de 400 °C derretendo o composto químico e fazendo ele voltar ao seu estado original, vulgarmente podemos dizer que ele volta a ser um CD virgem :v.
CD+G
O CD+G (também conhecido como CD-G, CD+Graphics e TV-Graphics) é uma extensão do CD original que pode apresentar gráficos de baixa resolução junto com os dados de áudio no disco quando reproduzido em um dispositivo compatível. Os discos CD+G costumam ser usados para máquinas de karaokê, pois são ideiais para apresentar na tela a letra da música contida no disco. As especificações do CD+G foram publicadas pela Philips e pela Sony como uma extensão das especificações do Red Book.
O formato CD+G aproveita os seis canais de subcódigo do Compact Disc, isto é, de "R" a "W" (que não são comumente usados no Compact Disc Digital Audio padrão), para fornecer um pacote de dados para informações gráficas a cada 24 bytes de dados de áudio. Quando um disco é lido em velocidade normal, esses seis canais fornecem apenas 28,8 kbps para gráficos, o que é suficiente para fornecer imagens primitivas.
No sistema CD+G, gráficos rasterizados de 16 cores (4 bits) são construídos usando renderização lado a lado com blocos de 6x12 pixels. Esses blocos são normalmente definições de fonte para texto (como legenda ou informações sobre a música), no entanto, como se tratam de imagens, a função pode ser usada da maneira que 'der', como por exemplo para fragmentos que se combinam e formam uma imagem qualquer, ou simplesmente para padrões que decoram o fundo de tela. Esses frames rudimentares são exibidos na área central da tela em 288x192 pixels, cercada por uma borda de 12x24 (para um campo raster total de 300x216 pixels). As 16 cores são definidas em uma tabela, que pode ser manipulada para alterar o esquema de cores e simular animações primitivas.
CD+EG
O Compact Disc+Extended Graphics (CD+EG, também conhecido como CD+XG e Extended TV-Graphics) é uma variante aprimorada do formato CD+G. Como o CD+G, o CD+EG utiliza recursos básicos de CD de áudio para exibir informações de texto e vídeo, além da música que está sendo reproduzida. Esses dados extras são armazenados nos canais mesmos canais de subcódigo já descritos para o CD+G. Muito poucos discos CD+EG foram publicados, dado o fato que a mudança notável foi na maior variedade de cores (8 bits, ou seja, 256 cores) que as rudimentares imagens conseguiam expôr.
Juntamente com máquinas de karaokê dedicadas, outros dispositivos de consumo que reproduzem CD+G / CD+EG, como é o caso do NEC TurboGrafx-CD (um periférico de CD-ROM para o TurboGrafx-16) e o Turbo Duo, bem como o sucessor exclusivo do Japão, o PC-FX, o Philips CD-i, o Sega CD, o Sega Saturn, o JVC X'Eye, o 3DO Interactive Multiplayer, o Amiga CD32, o Commodore CDTV e o Atari Jaguar CD (um acessório para o Atari Jaguar). Algumas unidades de CD-ROM também podem ler esses dados.
O Pioneer LaserActive player também pode reproduzir discos CD+G, desde que os módulos de jogo PAC-S1/S-10 ou PAC-N1/N10 estejam instalados.
Desde 2003, alguns reprodutores de DVD independentes suportam o formato CD+G. Leitores de CD de áudio regulares produzirão apenas as faixas de áudio como se fosse um CD de música normal, a menos que tenham sido projetados para ler os dados extras (imagens).
Os álbuns de karaokê CD+G ainda são feitos hoje por vários fabricantes do Reino Unido e dos Estados Unidos, incluindo Sunfly, Zoom Entertainments, SBI Karaoke e Vocal Star, embora a popularidade das vendas de CDs esteja diminuindo a cada ano.
CURIOSIDADE: Em um PC, é possível usar um software para recuperar um arquivo “.bin” contendo o áudio e os gráficos entrelaçados e, em seguida, separá-los em um arquivo “.cdg” que contém apenas os gráficos e um que contém o áudio (“.wav”, “.mp3”, “.wma” ou outro). O formato de arquivo MP3+G também é comum no mundo do CD+G. Neste caso, ao copiar os arquivos do disco óptico para o PC, o áudio é codificado no formato ".mp3" e os gráficos codificados no formato ".raw". Eles podem ser reproduzidos em computadores usando o VLC Media Player, Karafun ou profissionalmente por DJs e apresentadores de karaokê usando softwares como o Karma ou Atomix VirtualDJ, geralmente em conjunto com um controlador de DJ fabricado pela Pioneer, Denon, Roland ou Numark.
PD-ROM
Phase-change Dual (ou Phase-change Disc) é um disco óptico regravável desenvolvido pela Matsushita Electric Industrial Co., Ltd. e lançado em Abril de 1995.
Imagem 8 - Como era o cartucho PD-ROM
Tem capacidade de 650 MB de um lado, e o tamanho do disco é de 12 cm de diâmetro (5 polegadas), semelhante a um CD ou DVD comum. Sua peculiaridade é ser montado em um cartucho, tal qual um disquete. A tecnologia de gravação de mudança de fase usando LASER vermelho é adotada e cerca de 500.000 vezes de reescrita são possíveis.
Imagem 9 - Leitor de PD-ROM TEAC modelo PD-518E
A unidade PD integrada e o tipo externo eram vendidos, a maioria fabricada apenas pela Matsushita Electric Appliances, sendo que ambos podem ler o CD-ROM. A empresa também lançou um notebook com um dispositivo de armazenamento auxiliar de 650 MB e uma unidade de CD-ROM 4x. Se tratava de um PRONOTE PD (de Agosto de 1996).
O CD-RW pode ser citado como uma mídia regravável também, todavia, o PD está mais próximo do DVD-RAM, sendo muitas vezes referenciado como seu precursor. Além disso, devido ao cartucho, não se toca diretamente na superfície de gravação, por isso torna-se resistente a poeira e arranhões e é relativamente mais confiável e durável que um CD-RW.
Falando nisso, CD-R e CD-RW não eram tão populares na época e havia instabilidades, como muitas falhas de gravação, além de os primeiros discos do tipo produzidos terem fama de se degradarem muito rápido (dado o início do uso de corantes orgânicos para a produção de tal mídia). Embora a velocidade de gravação do PD não seja rápida, podia superar a do disquete.
Enquanto isso, MO, ZIP drive e SyQuest existiam como mídia regravável e estavam também perto da sensação de lidar com disquetes, mas a vantagem da unidade PD poder ser lida pelo CD-ROM era um mérito em comparação com os três citados.
Naquela época, a unidade de CD-ROM estava se tornando um dispositivo periférico essencial, mas ainda não era necessariamente incorporada em todos os PCs. As máquinas de mesa que eram populares na época tinham muitos modelos com apenas um drive óptico. Em tal ambiente, um PD capaz de servir como uma unidade de CD-ROM e um dispositivo de armazenamento auxiliar de grande capacidade era vantajoso tanto em termos de custo quanto de instalação.
O DVD-RAM surgiu como tecnologia sucessora em Abril de 1997 adotando um cartucho semelhante ao antecessor. O padrão de 2,6 GB versão 1.0, que possui apenas um lado gravável já tinha 4x a capacidade do PD-ROM, que podia funcionar normalmente numa unidade de RAM. No entanto, no verão de 2000, a compatibilidade com o formato criado pela Matsushita não foi levada em consideração ao criar o DVD-RAM versão 2.0, que tem a mesma capacidade padrão de 4,7 GB dos DVDs. Nesse momento, o Phase-change Dual começou a desaparecer do mercado.
GD-ROM
O GD-ROM (abreviação de "Gigabyte Disc Read-Only Memory"), desenvolvido para a Sega pela Yamaha é um formato proprietário de disco óptico usado no Sega Dreamcast, um console de videogame lançado em meados de 1998. É semelhante a um CD-ROM tradicional, com a diferença que os sulcos do disco estão gravados mais densamente, resultando em uma capacidade de armazenamento maior - cerca de 1,2 GB.
O formato também foi utilizado como um opcional para a versão arcade do Dreamcast, o Sega NAOMI, disponibilizando uma mídia alternativa aos jogos em cartuchos. Após a descontinuação do Dreamcast mundialmente em 31 de março de 2001, a Sega continuou a usar o formato GD-ROM nos fliperamas com o Sega NAOMI 2, Triforce e Chihiro. Com o lançamento do Sega Lindbergh em 2005, a Sega mudou para os discos de DVD. Os últimos jogos para a NAOMI 2 e Triforce baseados na mídia óptica da Yamaha foram lançados em 2006, marcando o final do formato.
Esta mídia óptica foi criada pois o CD-ROM padrão era propenso à pirataria e atingia os limites de sua capacidade de armazenamento. Ao implementar o recém lançado DVD, tornaria a produção do console muito cara. No entanto, o Dreamcast manteve a capacidade de ler discos CD-ROM e, portanto, ainda sofria com a pirataria de software, pois os contrabandistas conseguiam encaixar certos jogos em CDs e explorar a compatibilidade do console Dreamcast com o formato MIL-CD.
Um GD-ROM possui três áreas de dados, sendo que as duas primeiras podem ser lidas por um drive de CD comum, porém, a última e maior área para gravação de informações é justamente a mais densa, com sulcos mais próximos um do outro, sendo acessada apenas pelo player específico da Yamaha / Sega.
CURIOSIDADE: MIL-CD ou "Music Interactive Live CD" é um formato de disco compacto criado pela Sega em 1998. O principal objetivo do MIL-CD era adicionar funções multimídia em CDs de música para uso no console de videogame Dreamcast. Por exemplo, os lançamentos de música MIL-CD deveriam apresentar menus de navegação aprimorados, recursos de internet e vídeo em tela cheia.
O MIL-CD não era um formato amplamente adotado devido à falta de suporte oficial de terceiros. Muito poucos lançamentos oficiais foram feitos, e todos eles estavam disponíveis apenas no Japão.
Além destes modelos mais conhecidos, existem vários outros tipos de CD que não tiveram muita repercussão no mercado. Alguns deles serão citados abaixo.
-> Super Áudio-CD: Disco óptico especialmente para áudio que permite apenas uma gravação (mesma característica do CD-ROM). Foi desenvolvido com o intuito de disponibilizar uma maior fidelidade na reprodução de áudio digital, superando a qualidade do CD-DA;
-> CD-ROM XA (eXtended Architeture): CD que permite o armazenamento de mais diversos tipos de dados (vídeo, áudio, texto e imagens) no mesmo disco. Estes discos contém setores do Modo 2 (áreas livres para outros tipos de dados através da omissão de código de detecção e correção de erros) e foram projetados para permitir que o áudio e outros dados sejam intercalados e lidos simultaneamente. Antes desta especificação ser criada, as imagens precisavam ser carregadas antes que as faixas de áudio pudessem ser reproduzidas. O modo 2 surgiu a partir do livro Amarelo (Yellow Book - o segundo livro de especificações do CD, criado pela Sony e pela Philips).
As especificações de CD-ROM XA incluem 256 cores, que são compatíveis com formatos de PC, CD-I e áudio ADPCM (Adaptive Differential Pulse Code Modulation). O Photo CD, Vídeo CD e CD-EXTRA foram baseados em CD-ROM XA, sendo que todos eles acabaram sendo unificados e atualmente são tecnologias presentes em qualquer CD-R e CD-RW;
-> Enhanced Music CD: Também chamado de CD Extra ou CD Plus. É um formato de CD que permite o armazenamento de áudio e outros tipos de dados no mesmo disco, muito parecido com o CD-ROM XA;
-> Photo-CD: Disco que permite armazenar imagens em formato digital, sendo feito especialmente para esta finalidade;
-> Vídeo-CD: Versão do CD exclusiva para gravar e reproduzir vídeos criada em 1993. No VCD os arquivos são gravados de uma maneira padrão para assim garantir a leitura e reprodução em outros aparelhos capazes de ler VCD. A maioria dos DVD Players existentes no mercado reproduzem VCD, desde que possuam descompressor MPEG-1, ou em aparelhos antigos como os players CD-i, alguns vídeo games e placas PCI descompressoras MPEG-1.
O VCD foi a segunda tentativa de estabelecer um padrão digital de disco óptico para filmes após o Laserdisc. Suas vantagem era ter tamanho comum (12 cm de diâmetro como os CD de áudio), diferente dos 30 cm de diâmetro do LD.
Na época, aparelhos VCD Players e filmes em disco eram vendidos em lojas, mas o formato não pegou, sendo rejeitado por consumidores e pela industria do cinema pois os primeiros drives gravadores de CD chegavam ao mercado também nesta época e era relativamente fácil copiar os discos que não tinham nenhum sistema de proteção.
CURIOSIDADE: Poucos filmes foram oficialmente lançados neste formato, entre eles "Top Gun". Os aparelhos tiveram vendagem muito baixa, sendo substituidos pelo padrão CD-i, que eram capazes de reproduzir VCD. Seu fracasso culminou com estudos para criar um novo padrão que em 1996 viria a ser o DVD.
Porém, ao contrário do ocidente, na Ásia - especialmente na China -, o VCD vingou e se tornou a principal fonte de comercializar filmes. Os filmes eram re-lançados no país em VCD, que rapidamente abandonou o VHS nos anos 1990. Por lá, aparelhos VCD se popularizaram e placas descompressoras MPEG-1 para PCs se tornaram muito populares.
No final dos anos 90, o VCD se popularizou na Internet como uma forma rápida e pequena de encodar filmes e distribuir a terceiros. A popularização dos aparelhos DVD que são compatíveis com o VCD deu uma nova vida ao formato que foi bastante distribuido até meados dos anos 2000;
-> CD-i: O Compact Disc Interactive é um formato co-desenvolvido entre a Sony e Philips e combinava áudio, texto e gráficos. Comercializado pela Philips, foi criado como uma extensão do CDDA e do CD-ROM, e é especificado no Green Book. As empresas esperavam atingir as indústrias de educação e entretenimento doméstico mas o CD-i acabou se tornando mais conhecido pelos seus jogos eletrônicos.
O primeiro reprodutor Philips, lançado em 1991 era capaz de reproduzir discos CD-i, CDs de música e VCDs. Futuros aparelhos tinham ainda mais recursos, como acesso à Internet e e-mail. Os primeiros lançamentos no formato CD-i foram fortemente direcionados a temas educacionais, músicas, e títulos de auto-ajuda. Os jogos eram apenas adaptações de jogos de tabuleiro como o Connect Four.
CURIOSIDADE: Algumas tentativas foram feitas para tornar o completo reprodutor de CD-i um video game competitivo, mas o aparelho não recebeu muitos títulos, tornando-se um fracasso.
-> Super Vídeo-CD: Variação chinesa que surgiu como um formato intermediário entre o VCD e o formato DVD. O Super VCD permite uma maior qualidade nos dados gravados (resolução 360p) com compressão de vídeo MPEG2.
O motivo para ter tantos tipos de CD é que, inicialmente, foi criado um formato de arquivo exclusivo para gravação e leitura de músicas, e posteriormente foi se criando adaptações neste formato para que se aceitasse inclusão de informações sobre a mídia gravada (nome do artista, do álbum e de cada faixa, como é o caso do CD-DA Text). Na sequência vieram formatos exclusivos para a gravação de imagens (como é o caso do Photo-CD), de vídeos (como é o caso do do VCD e Super VCD) e de arquivos diversos (músicas, imagens, textos, como é o caso do CD-ROM XA e do Enhanced Music CD).
Como foi dito, inicialmente os CDs utilizavam uma camada de Alumínio para a gravação dos dados, que nas últimas versões foi combinada com outros materiais (como é o caso do CD-R) ou que permitiam a regravação (como é o caso do CD-RW).
Ao final de sua jornada, o CD se tornou algo versátil: em um CD-R ou CD-RW você pode armazenar vídeos, fotos, músicas, arquivos de texto, programas, jogos, tudo em um mesmo disco (claro, desde que haja espaço o suficiente para todos os arquivos), sem que haja problemas com o reconhecimento e leitura dos arquivos e seus formatos.
Assim como os CDs, surgiram vários tipos de DVDs, a diferença é que a capacidade de armazenamento do CD se tornou um valor "mais ou menos padrão" (sendo 650 ou 700 MB e com algumas versões inferiores a isto, como foi dito mais acima). O DVD surgiu em várias versões, com várias capacidades diferentes, sendo que a versão DVD-5 com 4,7 GB de capacidade foi a que vigorou no mercado.
Veja abaixo a tabela de versões do DVD que surgiram no mercado:
Tabela 1 - Tipos de DVD
Perceba que há a coluna "faces", que indica se os dois lados do DVD são utilizados ou não para gravar dados. Perceba também a coluna "camadas", que indica se há apenas uma camada ou duas camadas para a gravação de dados em uma face. Note que o DVD-4 é dupla face e possui 2 camadas em cada uma, já o DVD-14 também possui duas faces, mas uma delas tem uma camada e a outra tem duas.
DVDs com 8 cm de diâmetro também surgiram, mas não foram tão populares.
A tecnologia de duas camadas também é chamada de "Double Layer" para o DVD-R e DVD-RW e "Dual Layer" para o DVD+R e DVD+RW, portanto é comum um DVD vir com inscrições do tipo "DVD-RW DL" ou DVD+R DL", por exemplo. Esta tecnologia de dupla camada é feita com um material que causa semi transparência, fazendo com que o laser consiga acessar a segunda camada "atravessando" a primeira sem causar danos aos dados gravados.
DVDs que podem ser gravados dos dois lados, os face dupla (ou Double Side), não são tão comuns, e isso se deve ao fato do usuário ter que ter o trabalho de tirar o disco do leitor e inverter sua posição para poder acessar a outra face.
Abaixo é listado e explicado os principais tipos de DVD lançados no mercado:
DVD-ROM
Similar ao CD-ROM, ou seja, só é possível gravar dados uma única vez, sem a possibilidade da apaga-los.
Também são feitos apenas com uma camada relexiva de Alumínio para a reflexão dos sulcos, sem adição de corante orgânico ou liga metáica.
DVD-RAM
O DVD-RAM (DVD Random Access Memory) é uma especificação de disco baseada em DVD apresentada em 1996 pelo DVD Forum , que especifica a mídia DVD-RAM regravável e os gravadores de DVD apropriados . A mídia DVD-RAM tem sido usada em computadores , bem como em filmadoras e gravadores de vídeo pessoais desde 1998.
Similar ao CD-RW no que se refere à capacidade de ser regravável, pois é possível regravar os dados neste tipo de disco aproximadamente 100 mil vezes. É compatível apenas com equipamentos profissionais, não sendo indicado para consumidores comuns.
CURIOSIDADE: Em maio de 2019, a Panasonic, a única fabricante remanescente de discos DVD-RAM, anunciou que encerraria a produção da mídia até o final daquele mês, citando a redução da demanda como a principal motivação. A Panasonic fabricava seus discos com sua própria marca e também com a marca Verbatim.
Este tipo de disco poderia ser utilizado como um "mini-HD", já que possuía capacidade muito inferior. Muitos vieram com uma capa de proteção, isto é, um cartucho - tal qual os disquetes tinham - a prova de intempéries.
Desde o Internationale Funkausstellung Berlin 2003, a especificação está sendo comercializada pelo RAM Promotion Group (RAMPRG), construído pela Hitachi, Toshiba, Maxell, LG Electronics, Panasonic, Samsung, Lite-On e Teac.
A especificação distingue entre:
-> DVD-RAM versão 1.0 (1997): Velocidade de gravação 1x. Define discos com capacidade de 2,58 GB por lado;
-> DVD-RAM versão 2.0 (1999): Velocidade de gravação 2x. Define discos com capacidade mais comum de 4,7 GB por lado;
-> DVD-RAM versão 2.1 (2000): Apresenta discos de 8 cm de diâmetro com capacidade de 1,46 GB por lado;
-> DVD-RAM versão 2.2 (2004): Divide unidades e discos em duas classes devido à quebra de compatibilidade: > Classe 0: Velocidade de gravação 2x/3x/5x; > Classe 1: Velocidade de gravação 6x/8x/12x/16x (DVD-RAM2).
Fisicamente menores, com 80 mm de diâmetro, os discos DVD-RAM também existem com capacidades de 1,46 GB para um disco de um lado, 2,8 GB para um disco de dois lados e 5,6 GB para um disco de dois lados de camada dupla. Os DVD-RAMs eram originalmente vendidos apenas em cartuchos de disco. Gravadores de DVD recentes podem funcionar com discos com ou sem cartucho, porém, muitos dispositivos não aceitam a mídia desta forma. De qualquer maneira, os discos podem ser removidos dos cartuchos para uso com essas unidades (exceto com mídia tipo 1).
UMD
O Universal Media Disc é formato de disco óptico desenvolvido pela Sony e lançado em 2004 para uso no videogame portátil PlayStation Portable. Ele possui duas versões, sendo a primeira com uma camada - podendo armazenar 900 MB de dados - e a segunda com camada dupla - para até 1,8 GB. Ambas são baseadas no formato DVD, sendo a maior mudança o tamanho (o que explica a menor capacidade). O UMD foi disponibilizado com um diâmetro de 60 mm (contra os 120 mm do DVD) e um ODC (sigla para "Optical Disc Cartridge) um tanto estranho:
Imagem 10 - O UMD é um DVD pequeno :v
O controle geográfico utilizado para os DVDs também foi aplicado à maioria dos filmes e músicas vendidos em discos UMD. No entanto, todos os jogos para PSP são livres disso.
DVD-R
Similar ao DVD-ROM, ou seja, os dados não podem ser apagados e, consequentemente não há possibilidade de novas gravações. Assim como o CD-R, o DVD-R utiliza a tecnologia Organic Dye Technology.
DVD+R
Similar ao DVD-R. A única diferença notável é que o acesso as informações é levemente mais rápido se comparado com o DVD-R, e isso se deve ao processo de fabricação diferenciado.
DVD-RW
Similar ao CD-RW. Pode ser regravado cerca de 1.000 vezes. A maioria dos DVD Players suportam este tipo de DVD desde que ele esteja no modo "mídia fechada". Um DVD em modo "mídia aberta" significa que o usuário pode adicionar arquivos gradativamente até que o espaço de armazenamento seja totalmente utilizado. Se o usuário "fechar" o DVD através do software de gravação, o disco será impossibilitado de receber mais informações, mesmo que tenha espaço sobrando, e neste caso, para que o DVD seja "aberto" novamente, é necessário sua formatação.
O Layer Break, isto é, o ponto onde termina a leitura de uma camada e começa a da outra pode ser definido pelo usuário, diferente dos DVD-R e DVD-RW, onde o Layer Break é fixo.
DVD+RW
Similar ao DVD-RW. Pode ser regravado cerca de 1.000 vezes. Este tipo de DVD também precisa estar "fechado" para que seu conteúdo possa ser executado pelo DVD-Player. O Layer Break também pode ser definido pelo usuário. O DVD+RW possui uma velocidade de gravação um pouquinho maior se comparado com o DVD-RW, e isto permite a utilização de algumas tecnologias, como por exemplo:
-> Mount Rainier: Alterar os dados de apenas um setor sem a necessidade da formatação completa do disco;
-> Lossless Linking: Interromper a gravação dos dados sem causar erros.
Na época do auge dos DVDs, dois consórcios "mandavam" na variedade de tipos de DVDs presente no mercado: a "DVD Fórum", que lançou o DVD-R e o DVD-RW, e a DVD+RW Alliance, que lançou o DVD+R e o DVD+RW.
A DVD Fórum, lançada em 1997, é apoiada pelas empresas Time Warner, Pionner e Toshiba, enquanto a DVD+RW Alliance, lançada em 2002, é apoiada pelas empresas Philips, Microsoft, Dell, HP e Sony. A DVD Fórum tem os direitos sobre o logotipo da tecnologia DVD, desta forma a DVD+RW Alliance não tem direito de inseri-lo em seus produtos.
Para a DVD+RW Alliance, o logotipo com a sigla "RW" foi adotada e pode ser utilizada tanto para o DVD+R quanto para o DVD+RW, gerando confusões na hora da compra.
No início, as empresas ou apoiavam a DVD Fórum ou a DVD+RW Alliance, fazendo com que alguns fabricantes disponibilizassem DVD Players compatíveis apenas com DVD-R e DVD-RW e outros fizessem somente para os formatos DVD+R e DVD+RW. No fim das contas, os dois formatos eram quase idênticos e a maioria das fabricantes optaram por manter a compatibilidade com DVDs de ambos os consórcios. Até meados de 2003, os gravadores eram restritos a apenas um ou alguns tipos de DVD, até que a Sony lançou um aparelho hibrido, que suporta todos os formatos, conhecido como Combo Drive ou DVD-Multi.
Atualmente, praticamente todos os aparelhos de DVD suportam todos os tipos de DVD, sendo que muitos deles, como por exemplo os utilizados em desktops, suportam até mesmo CDs. Muitos destes aparelhos hibridos vem com um logotipo "Super Multi". Veja o logotipo abaixo:
Imagem 11 - Aparelho de Mídia ópticas com o logo Super Multi
Outros tipos de DVD surgiram, e alguns deles serão detalhados abaixo:
-> DVD-D: Este tipo de disco, também chamado de "DVD descartável" tem duração limitada de 48 horas após a abertura do compartimento de armazenagem graças à adição de uma camada de material altamente deteriorável quando exposto ao ar (os discos são vendidos numa embalagem selada a vácuo). A mídia em si é neutra em relação a proteção de cópias, e não requer instalação de tipos adicionais de aplicações DRM para o conteúdo ser acessível.
A tecnologia usada para os DVD-Ds é diferente daquelas para DVDs descartáveis anteriores. Os DVD-Ds têm uma reserva na área central do disco, onde fica contido o agente químico. Quando o disco gira pela primeira vez, o agente químico move-se, e entra em contato com a camada refletora. Após aproximadamente 48 horas, a camada refletiva torna-se ilegível, pois não reflete mais a luz do LASER.
Para locadoras era uma boa, pois se protegia os direitos autorais e não havia a necessidade da devolução do disco. Tanto o disco quando a capa podem ser reciclados. A empresa que desenvolveu o DVD-D é alemã e se chama FDD Technologies.
CURIOSIDADE: Em 2003, a Flexplay, uma empresa de tecnologia de Atlanta, Geórgia, lançou DVDs descartáveis usando sua própria tecnologia de autodestruição, chamada ED-D. Isso foi recebido com críticas ferozes de grupos ambientalistas.
-> DVD-A: Sigla para DVD-Áudio, foi criado em 2000, sendo o concorrente do Super Áudio CD e era utilizado exclusivamente para gravação de som em altíssima definição. Abaixo, uma tabela com as tecnologias, as taxas de amostragem e as resoluções suportadas pelo DVD-A:
Tabela 2 - Características do DVD-Áudio
O DVD-A foi desenvolvido pela DVD Fórum, possui 4,7 GB de espaço de armazenamento ou 8,5 GB se o disco possuir Dual Layer. O diâmetro é 12 cm, o padrão utilizado pela maioria dos discos ópticos. Tanto o Super Áudio CD quanto o DVD-A não vingaram no mercado;
-> HD-DVD: Sigla para High Definition-DVD (também chamado de High Density DVD) foi uma tecnologia defendida pela Toshiba, Intel, NEC e Universal Pictures. O HD-DVD surgiu na mesma época do BluRay, sendo seu único concorrente.
O HD-DVD era uma melhora feita na tecnologia DVD original que permitiu capacidades de 15 GB ou 30 GB (caso o disco tiver Dual Layer), sendo esta a desvantagem em relação ao BluRay, que suportava 25 GB ou 50 GB utilizando apenas uma única camada. Apesar do HD-DVD ter um custo de produção mais barato e ser o suficiente para suportar as tecnologias que permitiam alta qualidade de áudio e vídeo, o BluRay saiu ganhando devido a sua ampla aceitação na indústria de entretenimento.
Em Fevereiro de 2008, a Toshiba anunciou o fim da produção de discos HD-DVD e, em Agosto de 2009, pediu para participar do Consórcio BluRay Disc Association.
Para saber mais sobre o Blu-Ray e o HD-DVD, veja o segundo capítulo desta série sobre mídias ópticas! Basta CLICAR AQUI!
A indústria cinematográfica foi revolucionada com o DVD. Era um hardware de armazenamento barato, durável e se consegue ter uma qualidade de imagem superior se comparado com as velhas fitas VHS. O ponto negativo é a pirataria.
Para que se pudesse ter um controle sobre a disponibilização de conteúdo, um controle geográfico foi criado. Funciona assim: um DVD fabricado para uma determinada região do globo não vai funcionar em aparelhos fabricados para serem vendidos em outras regiões. Para isso, o globo terrestre foi dividido em seis regiões, sendo que cada uma possui um grupo de países e recebe um código.
Veja abaixo a lista de regiões:
-> Região 1: Estados Unidos, Bermuda e Canadá;
-> Região 2: Maior parte dos países da Europa e do Oriente Médio, Japão, Egito e África do Sul;
-> Região 3: Sudeste e leste da Ásia, incluindo Hong Kong;
-> Região 4: América Latina, Caribe, Austrália, Nova Zelândia e Ilhas do Pacífico;
-> Região 5: Rússia, Ucrânia, Índia, maior parte da África, Ásia Central, Sul da Ásia, Coreia do Norte e Mongólia;
-> Região 6: China.
Imagem 12 - Controle geográfico crido para limitar a pirataria de DVDs
Aos aparelhos de DVD é dado um código correspondente à região para qual ele foi produzido e vendido. Aos discos também é feito isso, portanto o aparelho de DVD só vai rodar os DVDs que possuem o mesmo código. Existem discos com mais de um código e que vão rodar nas regiões correspondentes, e há também discos sem nenhum código e que rodam em qualquer aparelho de DVD de qualquer região. Este código está presente no firmware do aparelho de DVD e no início da trilha do disco.
Esta foi uma breve introdução a esta fantástica tecnologia que merece vários artigos para ser detalhada!
Caso tenha dúvidas, sugestões, reclamações ou queira reportar erros, mande um e-mail para hardwarecentrallr@gmail.com
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FONTES e CRÉDITOS
Fontes: História de tudo, Clube do hardware, InfoWester; ArtDisc; TecMundo; Wikipédia(Somente artigos com fontes verificadas!).
Última atualização: 14 de Maio de 2023.