Todos os detalhes sobre o display de Plasma, utilizado muito em TVs e monitores, mas que perdeu mercado para o LCD e LED.
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Antes de estudarmos o funcionamento do display, um pouco de história sobre ele.
A tela de Plasma foi desenvolvida em 1964 para os computadores da PLATO Computer System, com a parceria da Universidade de Illinois. Os envolvidos neste projeto foram Donald Bitzer, Robert Wilson e H. Gene Slottow. Os equipamentos não vingaram no mercado, pois os semicondutores estavam ficando mais acessíveis e as TVs de tubo transistorizadas ganharam espaço por serem mais baratas.
Em 1997, a Fujitsu lançou uma TV de Plasma por cerca de 15 mil dólares e a tecnologia voltou a ser estudada para só no começo deste século começar a ganhar mercado e substituir os televisores de tubo.
Foi uma tecnologia que teve uma vida curta devido aos monitores e televisores LCD apresentaram uma qualidade melhor em questões como espessura, peso e consumo.
Assim como num display LCD ou OLED, há uma matriz de pixels e cada pixel possui três subpixels, sendo utilizado também o sistema de cores RGB (Red / Green / Blue), no entanto, diferente dos outros tipos de displays, o ecrã de Plasma utiliza-se do mesmo princípio de funcionamento das lâmpadas fluorescentes.
De maneira extremamente sucinta, para que uma lâmpada fluorescente emita luz, é necessário que haja um gás inerte que irá conduzir ao ser polarizado, gerando assim raios ultravioletas. Estes raios UV entrarão em contato com um composto químico genericamente descrito como 'Fósforo' (em alusão ao elemento químico principal do composto) depositado na parte interna da cápsula de vidro da lâmpada. O 'Fósforo', ao receber raios UV (ou descargas elétricas, como no caso do CRT), emite fótons de luz no espectro visível, isto é, na faixa de frequências que a visão Humana possui sensibilidade.
Todavia, antes de entender o funcionamento detalhado de tal tecnologia de exibição de imagens, precisamos nos situar no assunto, e para isto, nada melhor do que entender onde se encaixa o termo "plasma", palavra que dá nome a estas TVs.
Os estados físicos da matéria
A matéria pode ser definida de maneira extremamente simplificada como sendo tudo aquilo que tem massa e volume e ocupa um lugar no espaço.
No entanto, não é só isso. A formação e o comportamento da matéria passa pelos elementos químicos da tabela periódica, as características do sistema onde ela está inserida (torque, temperatura, pressão, luz, campo elétrico e magnético, etc), bem como os aglomerados de átomos (moléculas ou íons) e a organização geométrica microscópica da estrutura. Nisso, entramos num nível de abstração mais superficial...
O tema “estados físicos” é amplamente conhecido, entretanto, a maioria dos alunos que começa seus estudos em Química conhece apenas três estados físicos básicos da matéria. Aqui além dos três, são apresentados mais dois estados:
→ Sólido: Nesse estado, as partículas estão bem próximas umas às outras, de modo que não se movimentam. Estão bem organizadas e, por isso, possuem forma e volume fixos, não podendo sofrer compressão. Os sólidos são classificados em três fases:
->> Sólido cristalino: O conceito de estrutura cristalina está relacionado à organização dos átomos de forma geométrica. Existe um completo ordenamento espacial dos átomos que constituem o material para que assim ele seja considerado um sólido regular;
->> Sólido semi-cristalino: há regiões cristalinas em meio a regiões amorfas;
->> Sólido amorfo: Não existe qualquer ordenamento espacial das moléculas que constituem o material.
→ Cristal Líquido: É um estado da matéria observado em alguns materiais dentro de uma determinada faixa de temperatura. Indo mais afundo, existe um estado CL apenas entre a temperatura de transição vítrea (Tg) e a temperatura de Isotropização (Tiso).
Acima da Tiso, o material perde suas propriedades liquido-cristalinas e se comporta como um fundido comum, enquanto abaixo de Tg o material comporta-se como um sólido, porém, com propriedades anisotrópicas.
Para saber mais sobre os Cristais Líquidos, CLIQUE AQUI!
→ Líquido: Nesse estado, as partículas possuem maior liberdade de movimentação que no estado sólido, pois estão um pouco mais afastadas umas das outras, havendo certo espaço entre elas. Por essa razão, as substâncias líquidas, como a água, possuem forma variável, adaptando-se ao recipiente em que estão contidas, apresentando fluidez (isotropia), mas não podem ser comprimidas, pois possuem volume constante.
OBSERVAÇÃO: Podemos dizer que os líquidos são amorfos, ou seja, não existe qualquer ordenamento espacial das moléculas que constituem o material. No entanto, é importante saber diferenciar:
Alguns polímeros por exemplo, são considerados amorfos, porém, existem forças eletrostáticas - ou é executado um processo de vulcanização no caso de elastômeros - havendo assim união entre moléculas, fazendo com que o material seja classificado como sólido.
→ Gasoso: Nesse estado, as partículas estão bem afastadas umas das outras, possuindo grande liberdade de movimentação, caracterizando também uma fase amorfa. Por isso, os gases e os vapores (como por exemplo o vapor de água) não possuem forma nem volume fixos, conformando-se de acordo com o recipiente e podendo sofrer compressão.
→ Plasma: Este é um conjunto quente e denso de átomos livres, com distribuição quase neutra e comportamento coletivo. Para formar esse estado, é necessário que a matéria no estado gasoso seja aquecida a temperaturas elevadíssimas. É a partir daqui que começaremos nossos estudos.
Gás e Plasma
Quando aplicado uma diferença de potencial bastante alta em um gás inerte, a força que mantém os elétrons na órbita dos átomos é superada, fazendo com que os elétrons comecem a se soltar, formando assim íons positivos. Desta forma o gás passa a ser um grande concentrador de energia e também um grande condutor.
Em resumo, é a mesma coisa que aplicar uma tensão elétrica tão alta ao ponto de quebrar a rigidez dielétrica de um isolante, tornando-o um condutor. Para saber mais sobre rigidez dielétrica, condutores e isolantes, CLIQUE AQUI! e CLIQUE AQUI!
Este processo de quebrara a rigidez dielétrica do gás pode gerar um estado bastante aquecido, chamado de Plasma. Em lâmpadas fluorescentes, os eletrodos onde é aplicada a DDP podem ser aquecidos (CCFL), possibilitando um aumento de temperatura ainda maior.
O Plasma e o gás não são idênticos. O Plasma conduz elétrons melhor que o Cobre, pode interagir com campos elétricos (DDP) e eletromagnéticos, além de fluir como um líquido bastante viscoso, diferente do gás, que não conduz energia. Mesmo assim, eles possuem características em comum, como por exemplo, capacidade de fluir, baixa densidade e estrutura que pode ser considerada amorfa.
Íons
Um átomo é eletricamente neutro, pois ele possui a mesma quantidade de prótons, que são positivos e de elétrons, que são negativos. Quando um átomo perde ou ganha elétrons, ele passa a ser um íon, isto é, um átomo que possui quantidade de elétrons e prótons diferentes.
-> Caso o átomo tenha ganhado elétrons, ele será chamado de "ânion";
-> Caso tenha perdido elétrons, será chamado de "cátion".
Um gás também é eletricamente neutro, pois seus átomos possuem a mesma quantidade de prótons e de elétrons. O que faz o gás conduzir são as condições já citadas anteriormente e novamente afirmadas no próximo parágrafo. Veja:
Para um gás conduzir, ele precisa estar entre dois eletrodos (ânodo e cátodo) e à uma determinada pressão, que é medida em atm (atmosfera).
A distância entre os eletrodos, a diferença de potencial aplicada e a pressão do gás vão definir se ele irá conduzir elétrons ou não.
Tudo deve ser muito bem calculado para que a pressão, a tensão e a distância entre eletrodos sejam perfeitas para a combinação de gases conduzir elétrons. Veja o esboço de um dispositivo fluorescente abaixo:
Diagrama 1 - Esboço de um dispositivo fluorescente
Mas como que a condução de elétrons é feita?
Como foi descrito, ao ser aplicado uma determinada diferença de potencial, uma corrente elétrica vai ser formada, elétrons serão arrancados dos átomos, formando assim, íons positivos que serão atraídos para o cátodo (polo positivo).
Esta atração fará com que aumente a energia cinética dos cátions. Durante o percurso até o cátodo, eles também podem se chocar com átomos eletricamente neutros, fazendo com que estes átomos percam elétrons e se tornem íons positivos também. Os elétrons soltos são atraídos para o ânodo (polo negativo). Estes elétrons indo em direção ao ânodo também vão se chocar com outros átomos neutros, gerando mais excitação.
Este processo contínua acontecendo enquanto houver DDP: átomos se transformando em cátions, que são atraídos para o polo positivo e que podem se chocar com átomos durante e percurso, fazendo com que estes também percam elétrons. Estes elétrons são atraídos para o polo negativo, se chocando com outros átomos também. Assim se estabelece um fluxo de corrente elétrica e uma combinação de gases bastante aquecida devido ao choque e vibração destas partículas.
Raios Ultravioleta
Quando a tensão aplicada é cortada, a 'bagunça' se desfaz. Os átomos voltam a ficar neutros (os elétrons voltam aos seus lugares) e a energia excedente deste processo de transformação do gás em plasma é liberada em forma de ondas eletromagnéticas com frequências muito altas. Estas frequências são do espectro de raios ultravioleta (UV). Caso você tenha lido o primeiro artigo sobre óptica, se lembra que raios ultravioleta estão abaixo da faixa de 390 nm, numa frequência a partir de 7,69 TeraHertz, limiar que separa o espectro visível do espectro UV.
Raios ultravioleta não fazem bem para o nosso organismo. Um bom exemplo é o Sol, que também emite raios UV e a exposição prolongada provoca câncer de pele. Diferente do Sol, não corremos risco com uma lâmpada fluorescente ou TV de Plasma. Continue lendo!
O Elemento Fluorescente
Os raios UV provenientes do Plasma não chegam até nós pelo seguinte motivo: Eles se chocam com a camada de 'Fósforo' presente na superfície interna da cápsula de vidro da lâmpada. No caso das TVs de plasma, há películas RGB feitas a base de fósforo com corante para que as cores sejam criadas no display.
Quando aplicado uma corrente elétrica ou um campo eletromagnético muito alto sobre o 'Fósforo', ele absorve a energia e a descarrega em forma de fótons de luz dentro do espectro visível. Este fenômeno é chamado de fluorescência.
Vale lembrar que a denominação 'Fósforo' é um tanto quanto genérica, pois essa camada utiliza um composto químico cuja base é o Fósforo, e não o elemento químico puro em si. Você entenderá melhor quando ler os artigos sobre o funcionamento da lâmpada fluorescente. Para acessar o Capítulo 1, CLIQUE AQUI!
Leia o terceiro capítulo da série sobre óptica no Hardware Central para entender as pequenas diferenças entre fosforescência e fluorescência, dois fenômenos da luminescência. Para acessar o artigo, CLIQUE AQUI!
A matriz de pixels
Mas se os raios ultravioleta são gerados apenas quando se corta a diferença de potencial, como que as lâmpadas fluorescentes e TVs de plasma ficam emitindo luz enquanto estão ligadas? a resposta está abaixo.
Assim como nos televisores e monitores CRT, há uma matriz de pixels com uma camada de elemento fluorescente a base de Fósforo com corante nas cores vermelho, verde e azul (sistema RGB). Cada pixel da tela possui estas três cores, ou seja, cada pixel é subdividido em três subpixels.
Veja a imagem abaixo:
Diagrama 2 - Imagem do pixel RGB presente nos displays de Plasma
No ecrã de Plasma, cada subpixel é como se fosse uma micro lâmpada fluorescente em que é aplicado pulsos elétricos em duas DDPs:
-> Nos eletrodos "Y" e "Z" em torno de 200 Volts, ionizando o gás;
-> e no eletrodo "X" de 0 a 80 Volts, dando o tom de cor e o contraste do subpixel.
Quando os pulsos são aplicados, os elétrons se soltam e íons positivos são formados. Quando a tensão é cortada, os elétrons voltam aos seus lugares nos átomos e a energia excedente deste processo é liberada em forma de raios UV. O gás utilizado nestes displays é uma mistura de Xenônio (Xe) e Neônio (Ne).
Nas lâmpadas fluorescentes é aplicado uma tensão também pulsante e bastante alta para que haja o mesmo efeito, só que utilizando o gás Argônio (Ar) com vapor de mercúrio (Hg).
A distribuição de energia em cada subpixel é feita por dois eletrodos (Z e Y). Estes dois eletrodos fazem a ionização do gás. Quem faz a modulação do tom de cor e contraste de cada subpixel para cada frame são colunas de eletrodos (X) responsáveis por distribuir os pulsos de sinais RGB.
Dependendo da sequencia de pulsos aplicados em cada subpixel, uma determinada quantidade de energia excedente será liberada em forma de raios UV.
-> No subpixel verde, um tom de verde é gerado;
-> No subpixel vermelho, um tom de vermelho é gerado;
-> No subpixel azul, um tom de azul é gerado.
A combinação destas três cores em tons diferentes gera milhões de outras cores. Resumidamente, dependendo da quantidade de pulsos aplicados em cada subpixel, a intensidade do raio UV liberado varia e a cor do pixel muda.
A Estrutura do Display
O display de Plasma é construído a partir da chapa de vidro inferior, onde a camada das trilhas (eletrodos positivos) são adicionadas, as cavidades (subpixels) são construídos, os gases são depositados dentro, o revestimento de filtros de fósforo RGB é adicionado e tudo é selado com a camada superior de trilhas (eletrodos negativos), bem como a placa de vidro superior.
Nas telas de Plasma, assim como nas LCDs e OLEDs, são adicionados filtros extras sobre a camada dianteira de vidro para melhorar o contraste e o brilho da tela, ou então reduzir reflexos, por exemplo.
Para saber mais sobre varredura, taxa de atualização, PPI, profundidade de cor e muito mais, CLIQUE AQUI!
Aqui serão abordadas características das placas de circuito e sinais elétricos gerados para que haja o pleno funcionamento do display de Plasma.
Observe o diagrama seguinte:
Diagrama 3 - Diagrama de blocos mostrando as placas responsáveis pela excitação dos subpixels
Você está vendo as placas "Z SUS", "Placa X" e "Y SUS"? Elas são conhecidas como "circuito de trama" da TV.
A placa "Z SUS" (ou simplesmente placa Z), gera pulsos em torno de 200 Volts. A placa Y SUS" (ou simplesmente placa Y), também gera tensões na faixa de 200 Volts.
-> Quando o pulso proveniente da placa "Z SUS" é 0 Volt, o pulso proveniente da placa "Y SUS" é 200 Volts;
-> Quando o pulso proveniente da placa "Z SUS" é 200 Volt, o pulso proveniente da placa "Y SUS" é 0 Volts.
Percebeu que as duas trabalham de forma alternada?
Enquanto uma placa está liberando 200 V a outra está em 0, então há diferença de potencial nessa alternância de tensões entre as duas, portanto há circulação de elétrons.
Gráfico 1 - Os pulsos da placa Y e da placa Z em sincronismo
A placa Y possui mais potência e alimenta cada linha de subpixels de forma individual, já a placa Z alimenta todas as linhas de subpixels de uma vez só.
A placa Y, quando vai iniciar a atualização da linha, larga primeiramente um pulso para sinalizar o início da varredura. Este pulso é uma tensão de aproximadamente -180 volts. Peço que analise bem este texto e o diagrama acima para entender tudo da melhor forma possível.
Mas e a "Placa X", faz o que?
É a "Placa X" a responsável pelo tom de cor de cada subpixel e o contraste da tela. Para cada frame exibido, deverá haver um tom de cor em cada subpixel da tela, então é aplicado uma tensão pulsante (os famosos sinais RGB, sequencias de pulsos elétricos que geram as cores na tela) que pode ser regulada entre 0 (bit zero) e 80 Volts (bit 1) em todas as colunas, subpixel a subpixel, para que o gás de cada subpixel tenha uma certa ionização além daquela inicial feita através das placas Y e Z, gerando um determinado brilho, um determinado nível de cor.
OBSRVAÇÃO: Os valores de tensão pulsante criadas pela Placa X, Placa Y e Placa Z podem ser um pouco diferentes de acordo com o modelo / marca da TV.
Esta placa, assim como a placa Y e a Z, é ligada ao display por vários cabos flat. Nestes cabos estão os CIs driver que vão controlar o envio de sinais para os subpixels. Por estes CIs estarem no flat cable, eles são chamados de CoF, sigla para "Chip on Film". Estes CIs também podem estar soldados diretamente na Placa X.
Vou citar um exemplo:
Um display de Plasma que tenha uma resolução de 1920 x 1080 pixels (resolução Full HD). O subpixel verde, vermelho e azul estão um ao lado do outro, portanto com 1920 colunas de pixels, dará 5760 trilhas que distribuem os pulsos oriundos da Placa X para modular a cor e contraste (3 colunas para cada pixel).
São 1080 linhas de subpixels, portanto 2160 trilhas (dois eletrodos em cada linha) são responsáveis por distribuírem as descargas elétricas nos subpixels e gerarem a ionização da mistura de gases.
O ascendimento dos subpixels é individual, ou seja, uma sequência de pulsos elétricos é aplicada em cada pixel (através da placa X) e da mesma forma que os monitores tubo: intercalada, isto é, primeiro as linhas de pixel ímpares e depois as linhas pares para que então um quadro esteja completo. Monitores de Plasma podem exibir no mínimo 60 quadros a cada segundo. A atualização também pode ser progressiva, isto é, começa na linha 1 e vai até a última para formar um frame.
Quando a varredura de uma linha termina, um sinal de reset é aplicado. Dois pulsos são largados em sequência:
-> Um pulso crescente que começa em 0 V e vai até 200 Volts (chamam este pulso de "setup")
-> E um outro pulso de decrescente que começa em 0 V e vai a -180 Volts (chamam este pulso de "setdown")
Os pulsos Setup e Setdown são largados nos subpixels para "limpar" os resquícios de energia e garantir que no frame seguinte não haverá distorções. Estes dois pulsos são gerados pela placa controladora (que será detalhada mais abaixo) e amplificados pela placa "Y SUS", para então serem jogados nos subpixels.
Gráfico 2 - Imagem do sinal de reset da placa Y
A placa controladora também gera o reset para a placa Z, isto é, gera um pulso que será amplificado pela placa Z para limpar resquícios de energia em cada linha. Este pulso já amplificado começa em 0 V e vai a 200 Volts, permanece alguns instantes em 200 V e cai para 0 V. Lembrando que os pulsos de reset da placa Y e Z em cada linha são dados em sincronismo.
Gráfico 3 - Imagem do sinal de reset Z
Gráfico 4 - Imagem do sinal de reset Y e Z em sincronismo
O resquícios de energia voltam para o circuito e são reutilizados. Para que esse reuso aconteça, além dos dois pulsos ao final da atualização de cada linha de subpixels, um circuito de armazenamento e filtragem é adicionado na placa "Z SUS" e "Y SUS" do aparelho.
Lembre que há o sinal de sincronismo para que ocorra a atualização dos pixels numa determinada sequência!
Os monitores de Plasma são os que mais sofrem com o efeito 'burn in', que é quando uma imagem estática é exibida por um longo período de tempo. Quando o aparelho é desligado, uma mancha na tela pode ser visto, pois o fósforo de cada subpixel recebeu a mesma carga por um longo período de tempo, o que fez ele esquentar e demorar a descarregar. Este processo pode fazer com que o subpixel tenha seu elemento fluorescente deteriorado com o tempo e possivelmente poderá queimar. Monitores LED e LCD sofrem processos químicos diferentes, por isso que o burn in é menos notável e atualmente extinguido nos aparelhos novos.
O circuito de controle
O diagrama de blocos de uma TV de Plasma é mostrado abaixo:
Diagrama 4 - TV de Plasma por dentro
A placa que recebe os sinais pode ter entradas de vídeo composto, vídeo componente, separate vídeo, VGA, DVI e HDMI ou o seletor Varicap para sintonizar canais de TV. É a placa marcada com a sigla "SSB", que significa "Small Signal Board".
Por uma interface baseada na sinalização LVDS (Low Voltage Differential Signal), os dados são transmitidos para a placa CONTROLADORA, que possui um DSP (Digital Signal Processor). Os dados são processados e o resultante deste processamento, isto é, os sinais de endereço, pulsos e reset são enviados para a placa Y, os pulsos e o reset para a placa Z e os sinais RGB para a placa X. Como você pode ver, a placa controladora coordena o funcionamento das placas de trama.
Quem gera a sequência de pulsos que serão largados em cada subpixel é a placa de controle! A placa X, a Y e a placa Z apenas amplificam estes pulsos para fazerem a descarga necessária nos subpixels.
Como foi dito, a placa X distribui sinais nas colunas de subpixels e a placa Y e Z distribui sinais nas linhas.
É valido lembrar que, a ligação entre a placa X, Y, Z e a placa de controle pode ser feita por dois ou três cabos com interface especial para enviar a sequência de pulsos, o pulso de endereço e o reset.
A fonte de alimentação, como de praxe, fornece as tensões necessárias para o funcionamento de cada placa da TV de Plasma.
Para saber mais sobre interfaces que utilizam o padrão de sinalização LVDS, CLIQUE AQUI!
Neste tópico trazemos algumas outras informações relevantes sobre os ecrãs de Plasma!
Mas e o efeito Burn-In?
O efeito Burn-In, também conhecido como "screen burn", é um velho inimigo dos ecrãs (existia nas TVs de tubo, mas começou a ser mais 'presente' nas TVs de Plasma).
O efeito é decorrente da exibição contínua de imagens por um longo período, que configura um desgaste nos subpixels do display de determinados aparelhos, e que levam a um progressivo esfacelamento.
Imagem 2 - O Burn-In é conhecido por deixar esses “fantasmas” no ecrã, e isso também é notável nas telas OLED
O Burn-In em telas de Plasma (ou nas modernas e atuais telas OLED) pode ser confundido com a persistência de imagem (também chamado de "permanência de imagem transiente", afetando as telas LCD), que tem a mesma origem e consequências, mas que desaparece pouco tempo depois. O screen burn geralmente não desaparece e continua durante o resto da vida útil do produto.
Um bom exemplo é assistir a um vídeo 4:3 numa tela widescreen, com aquelas barras pretas nas laterais (o chamado efeito pillarbox). Ou, ao contrário, ver um filme gravado em 16:9 numa tela convencional (letterbox). Ou ainda um recurso muito usado hoje pelas emissoras: o chamado bottom-line, que são aquelas mensagens ou notícias que ficam passando rapidamente pela tela nos telejornais ou programas esportivos.
Imagem 3 - Como o Burn-In afetava as telas de Plasma
Pelo fato daquela figura ter sido exibida de forma contínua por muito tempo, e os subpixels exibirem a mesma cor (ou ausência de luz) por muito tempo (gerando uma "inércia química") naquele local do que os demais, há um desgaste maior dos mesmos em uma longa escala de exibição.
Assistir TV por algumas horas com esse tipo de transmissão faz com que surjam fantasmas nas cenas seguintes – as barras do letterbox, por exemplo, permanecem mesmo se você passar para um programa em formato 4:3. Esses fantasmas são mais evidentes nas cenas claras.
O problema já foi mais grave. Muitos TVs de Plasma modernos incluem recursos para redução do Burn-In, como descanso de tela e detecção de imagens ou figuras estáticas para manter os pixels constantemente em movimento (pixel shifting). Alguns desses recursos são invisíveis para o usuário.
Como exemplo podemos citar a Panasonic (inclusive com seu maior televisor de Plasma do mundo, de 150”), com o sistema “pixel wobbling”, enquanto os Pioneer Kuro têm algo chamado “pixel orbiting”. Ambos fazem exatamente a mesma coisa: movem ligeiramente a imagem a determinados intervalos de tempo, de uma forma tão sutil que o telespectador não nota. Em outros aparelhos, a forma de reduzir a visibilidade do Burn-In é menos sutil: deixar o TV ligado com a tela totalmente branca por alguns minutos (em alguns casos, horas) até eliminar o tal fantasma.
A probabilidade de aparecer Burn-In numa tela de plasma é maior nas primeiras 100 horas de uso. Nesse período, é recomendável manter o contraste em nível baixo (menos de 50%) e evitar programas que exibam imagens estáticas por longos períodos. Outro detalhe é que determinadas TVs têm mais propensão ao Burn-In do que outros. Em geral, o problema é mais frequênte nos modelos 'baratinhos' (embora nem todas as TVs de baixo custo apresentem essa deficiência).
Displays de Plasma possuem um ângulo de visão próximo ao da TV tubo, resoluções Full HD ou inferiores, contraste excelente e tamanhos a partir de 32 polegadas. Perderam muito mercado devido ao consumo de energia, a espessura e a massa do aparelho serem relativamente maiores que o das TVs LCD e OLED. O mesmo aconteceu com as lâmpadas fluorescentes, que perderam muito espaço para as de LED.
Ao contrário do que falam, displays de Plasma não possuem riscos de vazamento e os materiais utilizados não são extremamente prejudiciais à nossa saúde, no entanto, não é por isso que devemos descarta-los em qualquer lugar, afinal, equipamentos eletrônicos poluem a natureza. Para lâmpadas fluorescentes que utilizam vapor de Mercúrio (elemento extremamente tóxico), deve-se ter o máximo de cuidado ao manusear e ao descarta-las.
Neste artigo, expliquei o funcionamento da TV de Plasma e suas semelhanças com a lâmpada fluorescente.
Em artigos futuros também vamos estudar as placas da TV de Plasma e de outros equipamentos! Fique sempre atento na nossa página do Facebook!
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FONTES e CRÉDITOS
Imagens e texto: Leonardo Ritter
Fontes: TecMundo; Como Funciona?; Brasil Escola; Mundo Educação; e-física; Mundo Vestibular; Wikipedia (somente artigos com fontes verificadas!); Burgos Eletrônica.
Última atualização: 23 de Julho de 2023.